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Um painel em mosaico da última fase de Aldemir Martins
Mais de uma vez aparece neste site a afirmação de que há muitos casos de painéis em mosaico que se apresentam como obras de maturidade dos pintores modernistas. São criações que surgem, digamos, como últimos suspiros de seus autores. Essa impressão é corroborada por casos muito visíveis, assinalados, por exemplo, na trajetória de artistas como Glauco Rodrigues, Arcângelo Ianelli, Manabu Mabe e especialmente Aldemir Martins. Todos eles vieram a realizar obras murais em mosaico ao final da carreira.
O artista cearense é um caso a parte, pois ao contrário dos demais, começou a produzir obras em mosaico no início de sua trajetória, realizando peças decorativas para a entrada de edifícios em São Paulo, como era comum durante a década de 50, como decorrência da estratégia dos construtores para atrair o interesse da classe média pelas moradias em prédios de apartamentos.
Depois dessa fase, Aldemir ficou mais de cinqüenta anos distante das pastilhas, dedicado quase integralmente às pinturas e gravuras que muito enriqueceram as artes plásticas brasileiras pela exuberância cromática e figurativa de seus trabalhos. Por mais de meio século, o artista produziu telas, desenhos, cerâmicas, publicidade, gravuras, etc... Aceitava todo tipo de desafio, tendo inclusive feito desenhos para abertura de novelas televisivas.
Só iria retornar à arte do mosaico no início do novo milênio, quando foi convidado a realizar uma obra mural na entrada do Espaço Cultural Dragão do Mar, de Fortaleza, com pastilhas produzidas pela Vidrotil, a mesma empresa que, fundada em 1947, forneceu a ele as tesselas para suas primeiras obras dos anos 50. O painel já foi exibido e comentado aqui em outro espaço deste site. Mas, a bem da verdade, é preciso informar que, além deste, há uma outra obra em mosaico, produzida em 2003, para um condomínio em São Paulo.
Esta segunda peça é posterior à do Dragão do Mar que é do ano 2000. Aldemir faleceu em 2006, ou seja, três anos depois da inauguração deste painel, existente no Condomínio New Horizons, no Alto da Lapa, em São Paulo. Trata-se de uma obra de muitas cores fortes, que segue o padrão típico de sua vasta produção pictórica e revela uma força muito expressiva e instigante, sobretudo se levarmos em conta que já era um homem octogenário. Mas o que se vê na obra é a mesma força e domínio plástico de seus anos de juventude. O mural fica na Vila Leopoldina (SP).
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