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O Aeroporto de Congonhas, no centro de São Paulo, é um dos aeroportos mais antigos do Brasil. Para revitalizar a Estação de Passageiros, as obras começaram no final dos anos 40, os arquitetos Ernani do Val Penteado e Raymond A. Jehlen conceberam um painel em mosaico, que se tornou a marca registrada da sala de embarque e desembarque. O Aeroporto vem passando por algumas reformas, todas comandadas pelo arquiteto Sergio Parada, que se tornou referência na concepção estrutural de aeroportos.
Tal como ocorre nos espaços das estações de metrô, alguns aeroportos vêm abrigando obras musivas de qualidade em suas paredes, oferecendo aos usuários um visual mais sugestivo para contemplação e deleite. A razão é a mesma: os mosaicos em obras murais embelezam a área e não estabelecem barreiras ao fluxo de passageiros, além de prescindir de maiores esforços para manutenção e limpeza. No Brasil, os exemplos se multiplicam e aqui mesmo neste site são apresentados alguns casos de destaque, como o novo espaço do Aeroporto de Campina Grande (PB), inaugurado pelo presidente Luis Inácio Lula da Silva em outubro de 2003, com uma obra projetada pelo teatrólogo Ariano Suassuna e executada pelo seu genro Guilherme da Fonte; e também o novíssimo Aeroporto Luís Eduardo Magalhães, em Salvador, com um mural em pastilhas concebido pelo artista Glauco Rodrigues, pouco antes de seu falecimento, ocorrido em meados de 2004.
A estação de passageiros que foi pioneira no emprego de mosaico em sua decoração foi a de Congonhas, em São Paulo. Para revestir o vasto espaço interior da principal área de acesso nos anos 40, os dois arquitetos responsáveis pela obra – Ernani do Val Penteado e Raymond A. Jehlen – decidiram eles mesmos fazer o cartão para realização da obra em mosaico. A estação foi inaugurada a 26 de janeiro de 1954 pelo presidente da República, Getúlio Vargas, que ali encontrou, além do painel em pastilhas, uma pintura mural assinada por Clóvis Graciano e Di Cavalcanti, realizada no ano anterior para o Pavilhão de Autoridades. Esse painel foi restaurado há poucos anos e também contribui para enobrecer o espaço, que conta com mais uma dezena de obras artísticas, entre as quais uma escultura de Brecheret.
Ainda que o painel em mosaico seja uma obra pra lá de conhecida dos paulistanos, nenhum deles fica indiferente ao passar por ela. Trata-se de um mural intrigante que mistura elementos geométricos com outros signos, como máscara de carnaval, formando uma composição cromática vaga e delicada, que tem a capacidade de atenuar a característica monumental do altíssimo pé direito do saguão. O painel mantém um ritmo próprio e homogêneo, acompanhando a parede que sobe do subsolo à estação de passageiros.
É significativo que o painel continue íntegro e bem conservado, constituindo-se uma obra de época, dentro de uma concepção ao mesmo tempo modernista e com certo viés futurista que contribui para manter o charme característico do Aeroporto de Congonhas como local referencial e de convergência da vida de São Paulo. As transformações efetuadas no Terminal de Passageiros foram pequenas ao longo dos últimos 50 anos, mas nos últimos anos, toda a área aeroportuária passou por uma remodelação de peso, em grande parte conduzida pelo arquiteto paranaense Sérgio Parada, residente em Brasília e muito festejado pelas reformas que já implementou em outras capitais importantes, inclusive em Brasília, onde reside.
No caso brasiliense, as reformas de Parada são uma unanimidade na cidade, onde ninguém poupa aplauso à remodelação que implementou nos últimos anos, com o mínimo de desconforto para os usuários no período de obras. Deu uma cara nova, moderna, eficiente e de bom gosto ao Aeroporto Internacional de Brasília.
De qualquer forma, é importante deixar claro que as obras iniciaram-se com alguns enfrentamentos com a comunidade, que temia perder o aeroporto. O Movimento Defenda São Paulo, uma das ONGs mais respeitáveis do estado, conseguiu liminar paralisando as obras antes da virada do milênio, até que, em 2002, estabeleceu um acordo com a Infraero. Mas continua vigilante na defesa do uso aeroportuário de Congonhas e de seu significado como patrimônio cultural da cidade. Em dezembro de 2004, a revista editada pelo Instituto Camargo Correa, empresa encarregada das obras no Aeroporto, garantia, na edição de número 27, que o arquiteto Sérgio Parada iria atender às reivindicações do Movimento. “Acolhendo as sugestões recebidas – afirmava a publicação –, o projeto de Parada buscou uma harmonia com os prédios do aeroporto, o terminal de passageiros, iniciado em 1942, e a torre de controle, de 1951, que são importantes referências da arquitetura da cidade. Também se evitou o corte de árvores no canteiro de obras.”.
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